quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Obsessão cinematográfica: Submarino

É incrível como alguns filmes conseguem nos tocar das mais diferentes formas possíveis. Depois de assisti-los você não será mais o mesmo. Nem que seja por 0,001% sua vida mudará, para sempre. Foi assim com “Ladrões de Bicicleta” - fiquei chorando compulsivamente durante meia hora após o término do filme -, com “As noites de Cabíria”, com “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” - o qual, inclusive, já perdi as contas de quantas vezes já revi (incluindo a versão do diretor) -, com "The Doors", "Magnólia", "As Horas"... e o mais novo longa adicionado a essa minha listinha privada é Submarino (2010), de Richard Ayoade.

O longa conta a história de Oliver Tate, um adolescente de 15 anos, que tenta descobrir quem é enquanto planeja salvar o casamento desgastado de seus pais. O universo particular de Oliver, sempre imerso em seus filmes, livros e músicas favoritos, é abalado quando um ex-namorado de sua mãe volta para balançar o relacionamento de seus pais e quando ele também tenta descobrir como lidar com o amor em seu primeiro namoro. A ironia, sinceridade e ingenuidade adolescente com que o filme trata a descoberta do amor e a maturidade são os pontos altos da película. No último post citei um diálogo do meu mais novo filme favorito-obsessão que ilustra o roteiro cheio de diálogos marcantes.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Sobre borboletas fugitivas no estômago


(Esse artigo está concorrendo na seleção de colunistas para o Casal Sem Vergonha, dê um like!)


- Gravei uma fita cassete para você. É uma compilação das músicas que eu ouvia nos meus primeiros relacionamentos. A música pode fazer as coisas parecerem mais reais, às vezes.

- Obrigado.

- Eu também incluí algumas músicas de rompimento no final, caso as coisas não deem certo. Óbvio, não é o que se espera, mas pode acontecer. Paixão raramente dura, eu receio.

O diálogo acima é do filme Submarino, de Richard Ayoade (2010), e acontece logo após o pai “parabenizar” o filho Oliver por ter arrumando a primeira namorada ao auge dos seus quinze anos. Há quem possa achar o pai de Oliver pessimista ao extremo, mas ele está correto. Paixão acaba, tem prazo de validade. E quando ela acaba? Para onde vão as mãos suando, as tremedeiras, os calafrios pelo corpo, o coração disparando? E as borboletas no estômago?

Há uma cultura através de filmes, livros, novelas, romances que desde cedo nos educa a acreditar que podemos viver permanentemente apaixonados. A do “felizes para sempre”, no qual o casal dá a impressão de consumir uma paixão eterna. Mas a realidade é outra, e nela não há espaço para a paixão durar muito mais que alguns meses. E quem afirma isso é a ciência.

domingo, 11 de dezembro de 2011

in broken dreams


nunca imaginei que um dia iria gostar de rod stewart. mas esse dia chegou.


Every day I spend my time 
Drinkin' wine, feelin' fine
Waitin' here to find the sign
That I can understand
Yes I am.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Coisas que todo vegetariano deveria saber



A base de nossa alimentação, segundo os onívoros


E já faz um tempo que o mesmo diálogo se repete:
- Oi, que salgado você tem sem carne?
- Olha, eu tenho aqui enroladinho de presunto e queijo, pão com salsicha... Ah
e tem também esfiha de frango!
- Hum, então me vê um pão de queijo, por favor?
Quem é vegetariano há algum tempo com certeza já passou por uma situação
como essa. Já corrigiu gentilmente milhares de atendentes de padarias e restaurantes explicando-lhes que presunto, salsicha e ainda mais o frango se enquadram na descrição de carne. Ou então já passou numa padoca, verde de fome, e quando escutou a típica resposta do tiozinho do balcão e percebeu que não poderia matar sua fome com nenhuma das opções do cardápio sentiu vontade de descontar toda a sua raiva do mundo no infeliz e gritar: “TUDO ISSO TAMBÉM É CARNE, PORRA!”.
Eu faço parte do grupo dos vegetarianos conformados. Já perdi a paciência de explicar para a mocinha da lanchonete quais alimentos são considerados carne, também já entendi que não vai adiantar nada eu ser grossa com ela, afinal ela não tem culpa se vivemos em um país onde já está enraizado o hábito de comer carne, e onde também o ser diferente causa estranhamento. Resta-me então me adaptar ao ambiente, e mesmo estando com a louca vontade de mandar pra dentro uma torta de espinafre com ricota, me contentar com o pão de queijo.
Veja bem, não sou nenhuma vegetariana militante revolucionária que quer mudar seus pensamentos e te entregar folhetos escritos “Meat is murder”. Assim como me irrito quando a galera carnívora faz graça do fato da minha condição “no meat” e tenta de todas a maneiras me convencer a largar dessa vida, eu entendo e respeito a sua opção de escolher se alimentar de pobres animaizinhos indefesos vítimas de abates violentos (brincadeirinha).